segunda-feira, 19 de julho de 2010

Castelo de Castelo Branco



O Castelo de Castelo Branco, também conhecido localmente como Castelo dos Templários, localiza-se na cidade, freguesia, concelho e distrito do mesmo nome, em Portugal.

Integrava, na Idade Média, a chamada Linha da Raia ou Linha do Tejo. Severamente danificado ao longo dos séculos, o Castelo Branco dos Templários portugueses permanece como o mais importante registro histórico-militar da cidade.
Acredita-se que primitiva ocupação humana de seu sítio tenha sido um castro pré-histórico, no alto do monte, em cujas encostas se registrou a ocupação romana, sucedida por Suevos, Visigodos e Muçulmanos.

À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, a região foi tomada aos muçulmanos desde 1165, sendo doada por D. Afonso Henriques (1112-1185) à Ordem dos Templários para que a povoasse e defendesse.

A área da actual Castelo Branco integrava a propriedade régia conhecida como Herdade da Cardosa, destacada do termo do Concelho da Covilhã no foral de 1186, no início do reinado de D. Sancho I (1185-1211). Ainda no reinado deste soberano, a doação aos templários foi revista (1198), ficando a metade do território nos domínios de Fernando Sanches, que se acredita seja o próprio infante D. Fernando, terceiro filho de D. Sancho I. Este Senhor aí teria constituído a Vila Franca da Cardosa (1211). Em 1214, Fernando Sanches cedeu a vila e seus domínios à Ordem do Templo, sendo seu Mestre em Portugal, Pedro Alvites, com reserva de metade dos rendimentos e sob a condição de promoverem o seu povoamento e nela erigirem castelo para a defesa das suas gentes, doação confirmada por bula do Papa Inocêncio III (1245), quando se refere, pela primeira vez, a toponímia Castelo Branco. É nesta fase, entre 1214 e 1230, que é edificada a primeira muralha, integrando, juntamente com o Castelo de Almourol, o Castelo de Monsanto, o Castelo de Pombal, o Castelo de Tomar e o Castelo do Zêzere, a defesa denominada como Linha da Raia ou Linha do Tejo. Também é neste período que D. Simão Mendes, Mestre da Ordem, determina a construção do chamado Palácio dos Comendadores (1229).

Desenvolvendo-se extra-muros, sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), a Ordem de Cristo sucedeu a do Templo, época em que o soberano determinou a ereção da Torre de Menagem de planta poligonal, no extremo Noroeste do perímetro (hoje desaparecida). Nesta fase, ao final do século XIII, os muros eram rasgados por quatro portas: a Porta do Ouro, a Porta de Santiago, a Porta do Pelame e a Porta da Traição.

O rei D. Afonso IV (1325-1347), ordenou que as vilas de Castelo Branco e de Nisa erguessem novas muralhas, sendo as obras custeadas com o produto da sisa sobre os cereais, vinhos, carne, sobras dos fundos dos hospitais, gafarias e dos resíduos dos testamentos, tudo da Ordem, até ao montante de 600 libras. Inicia-se assim, a partir de 1343, uma segunda cinta de muralhas envolvendo a vila, quando a alcáçova passou a contar com sete portas. Iniciaram-se ainda as obras da Torre de Menagem, adossada à muralha.

Quando da doação da vila e seus domínios a Martim Lourenço de Figueiredo, é feita menção a um alcaide-mor do castelo (1 de Outubro de 1357).

Sob o reinado de João I de Portugal, a edificação do palácio é descrita como possuindo três câmaras, uma torre e duas cavalariças, estando-lhe anexas uma cozinha, uma vacaria, um celeiro e uma casa para guardar a prata (1408). Ainda no século XV é erguida a barbacã.

No reinado de D. Manuel I (1495-1521), encontra-se figurado por Duarte de Armas em seu Livro das Fortalezas (c. 1509): o castelo ao alto, em posição dominante sobre a povoação na encosta destacando-se a sua torre de menagem; a cerca da vila, dupla, ameada, na qual se inscreviam cinco torres (uma delas a Torre do Relógio, já referida como tal), rasgada por oito portas: a Porta do Ouro, a Porta de Santiago, a Porta da Traição, a Porta do Espírito Santo, a Porta do Relógio, a Porta da Vila, a Porta do Esteval e a Porta de Santarém. Figura ainda o Palácio dos Comendadores, integrado por uma capela, um pátio interno e um pomar, e do qual nos restou a torre.


Características
De características arquitectónicas semelhantes ao Chastel Blanc dos Cruzados na Síria (1171), ergue-se num maciço de granito, na cota de 470 metros acima do nível do mar.

A muralha interna do castelo apresentava planta com o formato de um pentágono irregular, reforçado por cinco torres, duas delas cobrindo a Cidade Velha e três para o exterior. Desse conjunto subsiste um troço da muralha, a leste, com adarve, ligando uma das torres da defesa da alcáçova e a torre do antigo Palácio dos Comendadores. A torre de defesa da alcáçova apresenta planta quadrangular e o seu interior é acedido por uma escadaria. As seteiras simples que subsistem indicam ter possuído primitivamente dois pavimentos. A torre do paço quinhentista (também denominada como Torre dos Templários, Torre de Menagem, Torre do Paço dos Alcaides ou Torre do Palácio dos Comendadores) apresenta planta retangular, encimada por ameias. A sua fachada a oeste encontra-se em ruínas, ao passo que a leste apresenta duas janelas de balcão em estilo neo-manuelino, uma no primeiro piso e outra no segundo, esta última geminada com arco em querena sobre moldura chanfrada, formato que lhe foi atribuído pela reconstrução da DGEMN. Na fachada voltada a norte, no segundo piso rasga-se uma janela com lintel reto e arco em querena.

Na praça de armas ergue-se a Igreja de Santa Maria do Castelo, em cujo adro se reuniram a assembléia dos homens-bons e as autoridades monástico-militares da vila até ao século XIV. Atrás da igreja, por um arco de volta perfeita acede-se o antigo terreiro da alcáçova, onde se abre a primitiva cisterna e se ergue a Torre do Palácio, que possuía primitivamente uma varanda alpendrada.

Na cerca medieval, resta-nos a chamada Porta dos Pelames. A atual Torre do Relógio também é a sobrevivência de uma antiga torre na qual se inscrevia uma das portas da muralha.


http//pt.wikipedia.org

Um comentário:

  1. Na verdade o papa Inocêncio III já não vivia em 1245, visto ter falecido 30 anos antes.

    A chamada porta dos Pelames era na verdade a porta de entrada da habitação / solar que o Bispo da Guarda tinha em Castelo Branco, uma pequena fortificação dentro da própria cidade, perto da Torre do Relógio, bem visível nos desenhos do Duarte D'Armas.

    A Torre de Menagem já não existe e nunca fez parte do Palácio dos Comendadores, pois estava situada a Norte-Noroeste da alcáçova do castelo.

    Mas a verdade é que realmente isto são tudo erros bastante comuns que é difícil clarificar. : )

    Entre 1215 e 1314 Castelo Branco foi a casa do Comendador da Ordem (até 1288 era Comendador dos Reinos de Portugal, Leão e Castela), sendo que vários documentos chegaram aos nossos dias que nos indicam isso mesmo.

    Boa postada anyway!

    Cumprimentos,
    Kenny.

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